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livrosquesãoamigos

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Há anos que não falto a uma Feira do livro, este ano ainda não fui, mas ainda vou lá aparecer. Por vezes com temperaturas estupidamente altas, mas sempre com muita garra para ultrapassá-las. Um grande aplauso para o meu marido que estoicamente, me acompanha sempre nestas incursões livrescas, mesmo sem ter o mesmo grau de interesse.

Para além do prazer que é sempre só ver livros à frente, atrás, em cima, em baixo e até ao lado, também muitas vezes encontramos relíquias que nos deixam um sorriso de todo tamanho na cara. É sobre a descoberta de uma dessas relíquias, o meu relato.

Há muitos anos atrás, era eu uma jovem, trabalhava numa loja que me dava muito tempo para ler (que chatice) . Era uma loja com clientes assíduos, e um deles, um senhor já de uma certa idade e pouco falador, ao ver-me a ler tantas vezes, um dia apareceu lá com um pequeno livro e pura e simplesmente emprestou-mo. Naquela altura, pecava por falta de livros, por isso aquela oferta (empréstimo) foi muito bem recebida. Li-o, adorei e entreguei ao dono. Tenho a acrescentar que nem reparei no autor, só decorei o título.

Há pouco tempo, 5 ou 6 anos, na Feira do livro, no meio das bancadas de alfarrabistas, dou de caras com um livro pequeno, que me fez o coração bater mais depressa e as lágrimas virem-me aos olhos, reconheci-o imediatamente. Fiquei sem palavras, o meu marido olhou para mim e perguntou-me se me estava a sentir bem, tal foi o estado em que fiquei. Foi a compra mais atabalhoada que alguma vez fiz, porque fiquei mesmo “esquisita” e a vontade de chorar continuava.

Só isto já dava uma bonita história, só que não acaba aqui.

Eu já tenho falado de uma escritora que gosto muitíssimo (já tenho aconselhado vivamente), e de quem tenho todos os livros publicados em Portugal, (julgo eu). E o livro era dela, quão estúpida posso eu ter ficado com tal constatação? O pequeno livro é de Pearl S. Buck, quando o li naquela época não imaginei que aquele livrinho, com que o senhor tão simpaticamente tinha contribuído para a minha riqueza literária, seria uma das autoras que eu mais admiraria no futuro.

Cada vez que olho para esta pequena reliquia, sorrio e sinto uma enorme ternura.

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O Diabo não dorme     Pearl S. Buck

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O que li :

 “Os cinco herdeiros” de Elizabeth Adler . Comprei-o por engano, pensava que era de outra Elizabeth. Normalmente os livros grandes (600pg) costumam ser bons, porque o conteúdo é mais desenvolvido, e juntando vários temas fazem um bom enredo. Pois…não é mau, mas falta-lhe interesse, aquele que nos faz querer ler mais. A história de base é boa, de fins do século XIX, mas o desenvolvimento actual fica um pouco curto. Mas pronto, o livro já andava ali à rola, e despachei-o. Curiosamente, os livros que eu sei que são bons, deixo para depois porque sei que são seguros, e se tenho dúvidas sobre algum tento despachá-lo para não empatar.

Entretanto li os contos de Daphne du Maurier, entre eles, Os pássaros, que deu origem ao filme de Hitchcock. São contos macabros, como a própria autora os denomina, mas bons

E hoje acabei “ Três homens num bote” de J. K. Jerome. É pequeno, pequenissímo, e eu estava à espera de mais. Valeu-lhe os relatos hilariantes dos sucessos que vão ocorrendo na altura e outros que eles vão relembrando de situações passadas. Isso e as descrições das pequenas aldeias e sítios por onde vão passando ao longo do percurso pelo Tamisa.

O que vi:

Um filme português “Alice” e é contraditório. Fico pregada ao ecrã, vejo o filme até ao fim ( o que deve de querer dizer que estou a gostar) mas depois digo “ que raio de filme”. É baseado nos sentimentos e nas reacções de um pai depois da filha de 5 anos ter desaparecido. É daqueles filmes em que quase não se passa nada, em que se ouve a respiração das personagens, o que faz com que nos foquemos na desolação e no desespero da situação, ao mesmo tempo, não sabemos os pormenores do desaparecimento, e ficamos irritados ao não ver o que seria normal, ou seja, família, amigos ou vizinhos envolvidos.

Apanhei no HBO,os episódios da”Amiga genial” de Helena Ferrante. Estando farta de ouvir falar disso aqui, fui toda lambona ver. Gostei, mas percebi que é só o 1º volume que estava lá, ou seja, lá vou ter que tentar comprar os livros.

Este fim de semana, passou na Tv o filme “Um dia de mãe”, vi-o ontem e é o filme que nos alegra a alma e nos distrai das vicissitudes desta vida. Também vi já no fim “Kramer contra Kramer”, se alguém ainda não viu, faça favor, é a receita para chorar baba e ranho e lavar a alma. Bom, já chega, granda seca!

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