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livrosquesãoamigos

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"Segredos na areia" de Barabara Erskine.

Mais um livro comprado por impulso no alfarrabista. Não conhecia a autora, mas achei a sinopse interessante.

Não sou apreciadora de ficção cientifica nem do fantástico, gosto de coisas reais, mas gostei deste livro que mistura uma fantástica viajem pelo rio Nilo, com lendas, sacerdotes, deuses e deusas homenageados em monumentos e templos, por aquelas paisagens fora. 

Vivi nas margens do rio Nilo por uns tempos, fiquei com uma vontade enorme de fazer um belo dum cruzeiro por lá, e ter a oportunidade de ver ao vivo e a cores aquelas obras, cheirar aqueles cheiros a incenso e a mirra, sentir as vibrações da história no ar.

Fica uma amostrinha;

Ela não o ouvira. Estava a olhar um pouco mais à frente, com a boca aberta, o corpo tenso com o choque, subitamente esquecida do que a rodeava. A  apenas dez metros dela, o sacerdote Anhotep estava a observá-la, com a mão erguida e o dedo a apontar para o coração dela.

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Andei pela India, mais precisamente, por Calcutá, com o livro "Mão Morta"

Não conhecia Paul Theroux, escritor de viajens com provas dadas. É uma viajem tremenda pela  confusão de uma cidade com uma atmosfera pungente, saturada de humidade e cheia de labirintos decadentes, segundo o próprio.

A história tráz um crime para descobrir e encontros com pessoas enigmáticas, que talvez não sejam o que parecem. Tudo muito bem envolto por ruas, cores, cheiros e hábitos muito próprios do sítio onde tudo acontece, a Calcutá de Madre Teresa, que também é mencionada, como não poderia deixar de ser, mas talvez não da maneira habitual.

Deixo-vos um pequeno trecho para aguçar o apetite;

"Andava à procura de uma história, mas Calcutá começava a arrepiar-me a pele, e até já descrevia como as sensações da cidade, com as suas emanações de decomposição nos meses anteriores à monção, eram como a comichão que se sente quando despejamos o terrível saco de um aspirador, cheio de grãos de poeira quente, cabelo morto. pêlos e cotão, e nos engasgamos, coçando a irritação e tentando esgatanhar do rosto a comichão e o fedor."

09 Mai, 2020

Sepúlveda

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Já tinha lido um, mas em jeito de homenagem fui buscar os três que dormiam nas estantes.

Reli  "O velho que lia romances de amor" e deliciei-me novamente com tal relato. O relato de uma luta entre um homem e a sua finitude na figura de uma onça. Creio que este livro deve de ser primo de "O velho e o mar" de Hemingway.

- ...pôs-se a andar na direcção da sua choça e dos seus romances, que falavam do amor com palavras tão bonitas que às vezes lhe faziam esquecer a barbárie humana.

Os outros dois livros deixaram-me sentimentos ambíguos. Ambos são constituídos por pequenas narrativas, ou pequenos contos, mas enquanto alguns são facilmente sentidos e entendidos, já outros parecem pertencer ao foro intímo do autor, que parece não deixar entrar qualquer um.

- Sinto-me feliz por compartilhar o sereno mistério que delimita o espaço entre as ternas perguntas da vida e a definitiva resposta da morte.

- Quando me pus de pé, vi que o deserto estava vermelho, intensamente vermelho, coberto de pequenas flores cor de sangue, as rosas de Atacama.

- Vivo a presença de outros, moro com e na recordação de outros de quem gostei, de quem gosto.

04 Mai, 2020

Livros de cozinha

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O que esta coisa do isolamento fez, foi por -me a fazer arrumações e limpezas. Também têm resmas de livros de cozinha que nunca utilizaram? Estes foram limpos e voltaram para a sua estantezinha, porquê e para quê? Não vou utilizá-los! E não são só estes, são tele-culinárias do outro século (literalmente), são calhamaços de grandes nomes da cozinha portuguesa e estrangeira, são folhas e folhinhas, revistas com receitas nunca experimentadas...E sabem o que é pior? É que não tenho intenções de mandar alguma destas "preciosidades" fora! QUERO TER QUE AS LIMPAR MAIS VEZES!!!  😫