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livrosquesãoamigos

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25 Jan, 2021

Camus e a sua peste

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Foi difícil ler as últimas páginas deste livro, foi doloroso perceber as conclusões e a maneira como foi encarada o fim daquela epidemia. Provavelmente por estarmos a viver toda esta situação, ficamos mais sensiveis a algo que noutro momento seria lido como pura ficção.

Não tenho muito mais a acrescentar, por isso deixo-vos com algumas frases representativas desta obra que apesar de escrita há tantos anos, é tão actual.

 

Como começa:

Na manhã de um dia 16 de abril dos anos de 1940, o Dr. Bernard Rieux sai do seu consultório e tropeça num rato morto. Este é o primeiro sinal de uma epidemia de peste que em breve toma conta de toda a cidade.

 

Como acaba:

Ao ouvir os gritos de alegria que subiam da cidade, Rieux lembrava-se de que esta alegria estava sempre ameaçada. Porque ele sabia o que esta multidão eufórica ignorava e se pode ler nos livros : o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nas caves, nas malas, nos lenços e na papelada.

18 Jan, 2021

Voar com livros

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"Lucas estava convencido de que nascera para voar. Olhava para os aviões, tentava inventar asas de todos os tipos, e até pediu para aprender a voar como presente de Natal
Mas nada funcionava...
Um dia, a sua mãe explicou-lhe que havia outras maneiras de realizar o seu sonho e pousou-lhe um livro nas mãos.
Nesse mesmo dia, sem perceber, Lucas começou a voar..."

 

Retirado do "Mala d'estórias"

11 Jan, 2021

Livros e ecrãs

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Na RTP2,  ao Domingo à noite, passa a série "Diz-me quem sou" baseada no livro com o mesmo título de Júlia Navarro.

Li o livro no confinamento passado (e falei dele aqui ). 

Já vi o 1° episódio e é indiscutível que os pormenores não conseguem ser os mesmos. Para quem não leu o livro talvez passe, para quem o leu ficamos com a sensação que falta partes, que há coisas que aparecem do nada, sem explicação.

A série não está mal feita, isto é um problema só de quem lê os livros antes de ver as versões televisivas ou cinematográficas. 

Podem ver, não deixem de o fazer só porque estou a agoirar. 😉

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O último Natal em Paris  -  Hazel Gaynor e  Heather Webb

Como já referi aqui, Natal no título de um livro é compra na certa. Este deixou-me bastante desconfiada, mas com um título destes, que fazer?

Esperava que fosse delicodoce, mas afinal adorei.

Tem delicadeza e tem doce, mas também tem conteúdo e uma estrutura que nos envolve no enredo e faz com que estejamos a sofrer com todos os intervenientes.

Tem a originalidade de contar a história através das cartas entre dois amigos durante a 1º Guerra Mundial. As cartas acontecem entre eles e alguns amigos e familiares, e assim ficamos a conhecer as trincheiras em França e tudo o que fez parte daquele conflito que arrasou parte da Europa.

É uma história de amor e de superação, de resiliência e de luta por um papel relevante na resolução do conflito.

A parte delicodoce é a paixão entre os dois protagonistas e o sonho de um Natal em Paris.

Fiquem com uma pequena missiva para abrir o apetite. 

 

                                 De Evie para Thomas

                                                                                                      16 de Maio de 1916

Richmond, Inglaterra

Meu querido Tom,

Por onde raio andas tu?

Escrevo-te carta atrás de carta e continuo sem receber uma única notícia tua. Esquadrinho os jornais, mas não consigo encontrar nada sobre ti ou o teu batalhão. Já não sei em que batalhão estás agora. Como podes simplesmente ter desaparecido?  Como posso suportar este terrível silêncio?

Peço-te que me escrevas. É demasiado horrível não receber notícias tuas e, apesar de duvidar que recebas as minhas cartas, devo, de qualquer maneira, continuar a escrever-te, apenas para que saibas que penso em ti todos os dias e rezo pela tua segurança.

      A tua, sempre,

Evie

 

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Férias de Natal  -  Somerset Maugham

Este descobri-o há dois dias ao arrumar um livro na estante. E pensei, o que está este a fazer aqui, como é que ainda não o li? E decidi lê-lo agora, antes que a época natalícia acabasse. Foi lido em 2 dias. Ao pé dele havia mais uns quantos do mesmo autor, e fico desejosa de os ler.

Acontece realmente na época de Natal, mas se tiver 2 vírgulas natalícias é muito. O enredo desenrola-se em Paris, e foi um prazer vivê-lo em tão pouco tempo, deu para saboreá-lo.

Misturou o amor, o crime, o luxo e a miséria, e demonstrou contestação por uma série de coisas que temos por adquiridas, mas que talvez não sejam assim tão seguras. 

Um pequeno excerto:

 

Caminharam para cima e para baixo, na plataforma, procurando alguma coisa que dizer, como costuma suceder em tais ocasiões, mas não encontrando nada que que parecesse digno de menção. Charley perguntava consigo, se não lhe ocorreria, a ela,que, com toda a possibilidade, os dois nunca mais se veriam na vida. Causava estranheza pensar que durante cinco dias tinham sido quase inseparáveis, e dentro de uma hora seria como se nunca se houvessem encontrado. Mas o comboio ia partir. Ele estendeu a mão para despedir-se. Lídia cruzou os braços sobre o peito, naquele seu gesto que sempre lhe parecera singularmente tocante. Tinha os braços assim cruzados naquela noite que chorara em sonhos.

 

Tenham um ano de boas leituras.