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livrosquesãoamigos

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Este é um livro que nos conta um crime que mudou a história da investigação, da literatura e de uma época.

É um crime que realmente ocorreu em 1860, e que aparentemente ficou resolvido, não fosse a dúvida ficar instalada nos leitores, assim como ficou no público na época.

Há o assassínio de uma criança e as suspeitas sobre uma família disfuncional que levantaram muitas dúvidas sobre o verdadeiro culpado. 

A autora disseca a história das investigações e dos escritores que na altura se dedicaram ao tema.

Confesso que não adorei, mas tenho que reconhecer que foi um livro interessante.

Deixo aqui um excerto de uma reportagem do The Times, que referia o dilema que se levantou com a possibilidade da insanidade do (aparentemente) culpado do crime.

Nada é mais difícil de definir do que a linha de demarcação entre a sanidade e a insanidade(...) Façam a definição demasiado restrita, e ela deixa de fazer sentido; façam-na demasiado ampla, e toda a raça humana fica presa na rede de arrasto. Em rigor, somos todos loucos quando cedemos à paixão, ao preconceito, ao vício, à vaidade; mas se todas as pessoas apaixonadas, preconceituosas e vaidosas fossem enclausuradas como loucas, quem ficaria a guardar a chave do manicómio?

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Este foi o meu companheiro de desterro, o meu compincha das agulhas, o que me ajudou a passar o tempo no hospital.

O Domingos Amaral conta-nos como um grupo de pessoas consegue sair de França em 1940, quando a vida se complica com a 2° Guerra Mundial. Uma dessas pessoas é Carolina, uma estudante portuguesa, que decide não deixar a sua bicicleta para trás nesta aventura que a levará a Portugal, e é a pedalar que faz o caminho, com outras tantas personagens que ficam na nossa memória.

Nao posso deixar um excerto do livro, porque este ficou no hospital. Entreguei-o a uma jovem paciente, que espero possa usufruir da sua leitura, e quem sabe, crescer um pouco com ela.

 

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" Na minha rua todos os dias se passam histórias fantásticas. Podem vocês achar que exagero, que não será bem assim, que todas as ruas são iguais e os dias iguais em todas as ruas...
Pois aí é que vocês se enganam e eu vos direi porquê...
Para caçar uma história na minha rua, como na rua do lado e em outra ou outras ruas, não é preciso dar muitos passos nem ficar muito tempo à janela...
É preciso, isso sim, estar à coca, cheio até aos olhos de atenção...
Às duas por três a história vem ter connosco. Depois, agarra-se na história com muito cuidado, tira-se-lhe as medidas e passa-se tudo ao papel...
Para terminar, põe-se a história à janela , a secar ao sol, ou não fosse ela da minha rua..."

António Torrado. In. Uma História à solta na minha Rua. il. Cristina Malaquias