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livrosquesãoamigos

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A amante do governador
José Rodrigues dos Santos

Mais um do Sr. que escreve como se não houvesse amanhã.
Apesar de tudo o que se possa dizer de bem e de mal, há muita investigação e consequentemente muita informação nos seus livros. O título pode levar-nos a pensar num romance de amor, mas é um romance histórico, onde vivemos os acontecimentos da vida em Macau durante a 2° Guerra Mundial.
Mais uma vez, e o Tomás Noronha não entra neste, os diálogos podiam ser melhores. Não resisto a referir os tratamentos carinhosos entre os casais, que não são de todo o que o livro merecia.
Mas, um bom livro, de donde saímos mais sábios.

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Um valioso livro de um dos nossos colegas bloguistas, José da Xã

A escrita de bonitos contos, com histórias com vidas dentro, onde alguns nos mostram a singeleza da vida no Portugal rural, outros andam ao mando da imaginação do autor, mas sempre com a humanidade como protagonista.

É um prazer viajar por estas páginas. Mas, para mim, tem de ser com calma, uns contos de cada vez, para melhor apreender a sua essência.

Deixo um início para saborearem;

A madrugada despontou tapada com um tapete cinza e uma chuva miudinha que mais se assemelhava a pó húmido. No casario, apenas a velha padaria comunitária parecia estar acordada dando vazão aos pães e às broas. Alguns pães de leite também!

Um cão ladrou, logo outro respondeu para mais longe outro se intrometer no diálogo canino. Uma gata encostada à parede corria lesta, logo perseguida pelas pequenas e indefesas crias. Diversos galos cantavam e toda a aldeia parecia finalmente abrir-se para mais um dia de trabalho e canseiras.

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Princípio de Karenina - Afonso Cruz

Mais um bom livro de um dos nossos escritores, que escrevem com o coração. Fazem-nos divagar em outras esferas, noutros pensamentos, no que a vida é ou poderá ser.

Uma história com um final surpreendente, que nos ensina que não sabemos nada e muito menos fazer previsões.

Saímos os dois do avião, parecíamos efectivamente pai e filha. Esperámos pelas malas. Ao fundo do corredor prendiam um homem, havia polícias e cães. As pessoas juntavam-se, comentavam. Eu disse qualquer coisa, tu também.  Achaste-me simpático, tenho a certeza, um estrangeiro amável. Quando as nossas malas finalmente chegaram, despedimo-nos. Eu estendi-te a mão, num gesto cordial. Não espelhava a minha felicidade, mas era o gesto possível. Tu, para minha surpresa e júbilo, abraçaste-me calorosamente, como se algo em ti soubesse que eu era o teu pai.