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livrosquesãoamigos

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10 Mai, 2022

3 livros

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Pássaros de seda  -  Rosa Lobato de Faria

O livro mais doce que já li desta autora, apesar de não ter lido muitos.

Um retrato de épocas difíceis que exigiam criatividade e esforço para se vingar na vida. Neste caso, foi o gosto e a vontade que ajudaram Diamantina a realizar um sonho que resultou em sucesso. No entretanto uma história é contada com tudo o que isso implica, amores, desamores, intrigas, sofrimentos e algumas alegrias.

Foi numa exaltação quase febril que a Diamantina bordou a primeira colcha. era cor-de-pérola, coberta de flores inventadas, bejes, amarelas, todas as cores do pêssego, da ameixa e da laranja e ao centro um deslumbrante pássaro cor-de-fogo que arrepiava de tão improvável.

Está pronta, disse ela ao fim de três meses.

Tinha emagrecido, quase não comia, fazia serão, levantava-se de madrugada para bordar. Está pronta e já sei como vai ser a próxima.

 

Haruki Murakami  -  A sul da Fronteira, A oeste do sol

O meu livro de estreia deste autor.

As voltas e reviravoltas da vida, em que não somos tidos nem achados, em que tudo muda a qualquer momento sem o nosso controlo e que nos deixa um amargo de boca ao pensarmos que poderíamos ter feito diferente. Encontros e desencontros durante toda uma vida, fortuitos ou não, mas sempre surpreendentes e doridos.

- Durante toda a minha vida, sempre tive a impressão de que podia ser outra pessoa. Em mudando de poiso e esforçando-me por começar uma vida nova, iria transformar-me numa pessoa nova, julgava eu. Repeti por mais de uma vez esse processo. Como se, ao converter-me numa pessoa diferente, pudesse amadurecer e, num certo sentido, reinventar-me. Lutei nesse sentido, empenhando-me muito a sério, e acreditava que seria possível. Porém, no fim, dei por mim num beco sem saída.

Miguel Sousa Tavares  - Último olhar

Um romance que se lê rapidamente, mas não o melhor deste autor. Fala um pouco da história da guerra civil espanhola e vai até a nossa história recente com o vírus que nos alterou a vida nestes últimos tempos.

"Casa de Repouso do Vale Encantado" - o nome brilhava em luz de néon azul sobre a fachada do portão do que poderia ser uma discreta quinta dos arredores de Sevilha. Enquanto o táxi que a trouxera da estação da Renfe se detinha no portão e o motorista saía para tocar à campainha e anunciar a sua chegada pelo intercomunicador, Inez não evitou , apesar do cansaço, um sorriso sarcástico ao ler o nome do lar. Porque seria que as funerárias e os lares tinham sempre nomes que, convocando um sentimento que se pretendia de paz, não faziam mais do que anunciar a morte.

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