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livrosquesãoamigos

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Há anos que não falto a uma Feira do livro, este ano ainda não fui, mas ainda vou lá aparecer. Por vezes com temperaturas estupidamente altas, mas sempre com muita garra para ultrapassá-las. Um grande aplauso para o meu marido que estoicamente, me acompanha sempre nestas incursões livrescas, mesmo sem ter o mesmo grau de interesse.

Para além do prazer que é sempre só ver livros à frente, atrás, em cima, em baixo e até ao lado, também muitas vezes encontramos relíquias que nos deixam um sorriso de todo tamanho na cara. É sobre a descoberta de uma dessas relíquias, o meu relato.

Há muitos anos atrás, era eu uma jovem, trabalhava numa loja que me dava muito tempo para ler (que chatice) . Era uma loja com clientes assíduos, e um deles, um senhor já de uma certa idade e pouco falador, ao ver-me a ler tantas vezes, um dia apareceu lá com um pequeno livro e pura e simplesmente emprestou-mo. Naquela altura, pecava por falta de livros, por isso aquela oferta (empréstimo) foi muito bem recebida. Li-o, adorei e entreguei ao dono. Tenho a acrescentar que nem reparei no autor, só decorei o título.

Há pouco tempo, 5 ou 6 anos, na Feira do livro, no meio das bancadas de alfarrabistas, dou de caras com um livro pequeno, que me fez o coração bater mais depressa e as lágrimas virem-me aos olhos, reconheci-o imediatamente. Fiquei sem palavras, o meu marido olhou para mim e perguntou-me se me estava a sentir bem, tal foi o estado em que fiquei. Foi a compra mais atabalhoada que alguma vez fiz, porque fiquei mesmo “esquisita” e a vontade de chorar continuava.

Só isto já dava uma bonita história, só que não acaba aqui.

Eu já tenho falado de uma escritora que gosto muitíssimo (já tenho aconselhado vivamente), e de quem tenho todos os livros publicados em Portugal, (julgo eu). E o livro era dela, quão estúpida posso eu ter ficado com tal constatação? O pequeno livro é de Pearl S. Buck, quando o li naquela época não imaginei que aquele livrinho, com que o senhor tão simpaticamente tinha contribuído para a minha riqueza literária, seria uma das autoras que eu mais admiraria no futuro.

Cada vez que olho para esta pequena reliquia, sorrio e sinto uma enorme ternura.

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O Diabo não dorme     Pearl S. Buck

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