Camus e a sua peste
Foi difícil ler as últimas páginas deste livro, foi doloroso perceber as conclusões e a maneira como foi encarada o fim daquela epidemia. Provavelmente por estarmos a viver toda esta situação, ficamos mais sensiveis a algo que noutro momento seria lido como pura ficção.
Não tenho muito mais a acrescentar, por isso deixo-vos com algumas frases representativas desta obra que apesar de escrita há tantos anos, é tão actual.
Como começa:
Na manhã de um dia 16 de abril dos anos de 1940, o Dr. Bernard Rieux sai do seu consultório e tropeça num rato morto. Este é o primeiro sinal de uma epidemia de peste que em breve toma conta de toda a cidade.
Como acaba:
Ao ouvir os gritos de alegria que subiam da cidade, Rieux lembrava-se de que esta alegria estava sempre ameaçada. Porque ele sabia o que esta multidão eufórica ignorava e se pode ler nos livros : o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nas caves, nas malas, nos lenços e na papelada.