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livrosquesãoamigos

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Sabem aqueles livros que ficam nas prateleiras por um motivo ou por outro, e quase são esquecidos?

Estes são 3 desses livros.

 

 -  A casa-comboio    Raquel Ochoa

Comprado por impulso, acabou por ser uma bela surpresa. Nunca tinha ouvido falar desta autora portuguesa, que me levou numa viagem pelas nossas ex-colónias na India, Goa, Damão e Diu.

A saga da família Carcomo, mostra-nos a vida dos "portugueses" naquilo que era o seu país, a India, até serem obrigados a sair de lá e "voltar" a um sítio que não conheciam, mas que aparentemente era o seu lugar, Portugal. Belissimo retrato duma época conturbada da nossa história colonial.

Quando aportou a Goa entendeu claramente o que o seu irmão Francisco passara anos a repetir. Tudo era realmente muito belo, menos grosseiro do que em Damão. Igrejas caiadas anichavam-se nos campos de arroz, nos pomares de mangas ou em pequenos bosques de coqueiros.

 

 -  Segredos do Passado    Debora Smith

Esta escritora costuma ter relatos emotivos sobre relações humanas. Este relata a amizade de duas crianças, que contra tudo e contra todos, passados 20 anos se reencontram e tentam reparar o passado.

- Quando eras miúda, sabia sempre quando querias alguma coisa de mim - disse lentamente - As tuas faces ficavam muito rosadas e olhavas para mim sem pestanejar. Esses grandes olhos azuis nunca pestanejavam. Estava convencido de que me querias hipnotizar. Sentia-me hipnotizado.

 

Por último o livro que há mais tempo tinha em casa. Uma edição do Círculo de Leitores de 2002.

  -  O rapaz que vendia flores    Karen Roberts

Desta feita a viagem foi até Ceilão (Sri Lanka) numa época, curiosamente, também de descolonização, desta vez dos ingleses. Também fala duma amizade improvável entre duas crianças de raças diferentes, estatutos diferentes e futuros diferentes.

Rose-Lizzie olhou para ele com o rosto manchado de lágrimas.                                                          - Pai, porque é que as pessoas são assim? Tão horríveis.                                                                    - Não sei pequenina - respondeu sério. - Quem me dera saber. Mas nunca te esqueças de uma coisa: ninguém é melhor ou pior por ter mais ou menos dinheiro ou por ser branco ou preto. O que nos faz melhores ou piores está aqui dentro - apontou para o coração - e também aqui - e apontou para a cabeça.

 

Boas leituras, eu vou fazendo por isso.