Sepúlveda
Já tinha lido um, mas em jeito de homenagem fui buscar os três que dormiam nas estantes.
Reli "O velho que lia romances de amor" e deliciei-me novamente com tal relato. O relato de uma luta entre um homem e a sua finitude na figura de uma onça. Creio que este livro deve de ser primo de "O velho e o mar" de Hemingway.
- ...pôs-se a andar na direcção da sua choça e dos seus romances, que falavam do amor com palavras tão bonitas que às vezes lhe faziam esquecer a barbárie humana.
Os outros dois livros deixaram-me sentimentos ambíguos. Ambos são constituídos por pequenas narrativas, ou pequenos contos, mas enquanto alguns são facilmente sentidos e entendidos, já outros parecem pertencer ao foro intímo do autor, que parece não deixar entrar qualquer um.
- Sinto-me feliz por compartilhar o sereno mistério que delimita o espaço entre as ternas perguntas da vida e a definitiva resposta da morte.
- Quando me pus de pé, vi que o deserto estava vermelho, intensamente vermelho, coberto de pequenas flores cor de sangue, as rosas de Atacama.
- Vivo a presença de outros, moro com e na recordação de outros de quem gostei, de quem gosto.