Viajens com letras. Calcutá
Andei pela India, mais precisamente, por Calcutá, com o livro "Mão Morta"
Não conhecia Paul Theroux, escritor de viajens com provas dadas. É uma viajem tremenda pela confusão de uma cidade com uma atmosfera pungente, saturada de humidade e cheia de labirintos decadentes, segundo o próprio.
A história tráz um crime para descobrir e encontros com pessoas enigmáticas, que talvez não sejam o que parecem. Tudo muito bem envolto por ruas, cores, cheiros e hábitos muito próprios do sítio onde tudo acontece, a Calcutá de Madre Teresa, que também é mencionada, como não poderia deixar de ser, mas talvez não da maneira habitual.
Deixo-vos um pequeno trecho para aguçar o apetite;
"Andava à procura de uma história, mas Calcutá começava a arrepiar-me a pele, e até já descrevia como as sensações da cidade, com as suas emanações de decomposição nos meses anteriores à monção, eram como a comichão que se sente quando despejamos o terrível saco de um aspirador, cheio de grãos de poeira quente, cabelo morto. pêlos e cotão, e nos engasgamos, coçando a irritação e tentando esgatanhar do rosto a comichão e o fedor."